terça-feira, 30 de maio de 2017

«Vem, noite...» + «O meu nome é Simão» - Golgona Anghel

- Fase de «esvaziar» os (ultimos) ENV. - cada vez mais lenta («penosa»?)

- continua a (re)leitura do livro de G.A....

Vem, noite, coisíssima e pindérica!      (*) 
Vem, noite de copos, noite de loucos,
estou só e sem inspiração.
Chamemos a lucidez e a sua escola de dactilografia
para ditar uns carmes.
Vem, Senhora, mulher sócia da compaixão,
vem pingar-me uma gota de Dostoiewhisky na goela.

Noite de Natal, noite de cristal,

noite dos Óscares, noite de Iguana,
noite dos museus,
apanha o primeiro táxi e vem.
Vem semear piolhos de ouro na juba deste boémio.
Vamos os dois corrigir o mundo
com moscatéis e valeriana.
Confia em mim.
Sou forte, sou vigoroso, Senhora!
O deboche sabe-me de cor.
O meu nome é Simão, o apelido Budoar.
Os meus olhos duas alfaces.

Sou jovem, um bezerro, Madame!

Tenho por alimento mamilos de galáxias.
Por Deus, um computador.
Assim, sem roupa, pareço perigoso.
Mas se me vir de robe,
não passo de um criminoso meigo
que faz cócegas à sua presa
e sabe canções de embalar.

Golgona Anghel, Nadar na piscina dos pequenos, Assírio, 2017 (Maio), pp. 28, 29

(*) Campos: Vem, Noite antiquíssima e idêntica,

domingo, 21 de maio de 2017

Tratado da Mão - «O Graxa»

Foto de Adriano Miranda 

[«O Graxa» era o miúdo protagonista de um conto de José Gomes Ferreira, que J. se lembra de levar ao Qd.o num dos primeiros anos desta «Profissão Agrícola Congelada»]
segundo a REP do Público de hoje, restam 3 «Engraxadores».... 
(quanto aos metafóricos», impossível a contagem, não?) ...na Praça da Liberdade, no Porto